segunda-feira, 29 de julho de 2013

Stop Motion 7º A EB23

Trabalhos realizados pela turma do 7ºE sob a orientação da professora Luísa Gonçalves.
 

Stop Motion 7ºD EB23

Trabalhos realizados pela turma do 7ºE sob a orientação da professora Luísa Gonçalves.
 

Stop Motion 7ºE Escola EB23

Trabalhos realizados pela turma do 7ºE sob a orientação da professora Luísa Gonçalves.



quarta-feira, 10 de julho de 2013

HISTÓRIAS VENCEDORAS DO CONCURSO TWITTA-ME UMA HISTÓRIA

Resultado do concurso TWITTA-ME UMA HISTÓRIA (Projeto Educativo Municipal):


  • 1º Ciclo: O pai medroso - 3º B EB1/JI Ribeiros / A nossa poesia - 3º EB1/JI CONDE DIAS GARCIA / O  misterioso roubo dos livros- 3º A EB1/JI Ribeiros
  • 2º Ciclo: Quando acordei - 6º I EB23
  • 3º Ciclo: A história de um boneco - 8º C EB23
  • Secundário: Ao fundo viam-se dois focos de luz - 10º E . JSC


O Pai medroso

Na semana passada estava a ajudar o meu pai a lavar o carro, quando de repente ele soltou um Ai tão estridente que eu até dei um salto.
- Que se passa, pai?
- Nada, nada… trilhei um dedo… mas já passou.
Fiquei desconfiado… a única coisa que tinha por perto era a esponja e, que eu saiba, uma esponja não trilha dedos.
Terminada a lavagem do carro, fomos lanchar. Eu tomei um copo de leite e comi uma maçã e uma fatia de pão com fiambre. O meu pai bebeu leite com chocolate e comeu um croissant com doce de pêssego. A minha mãe ainda lhe disse:
- Que guloso que és, António! O nosso filho escolheu um lanche bem mais saudável que o teu.
Ao trincar o croissant o meu pai estremeceu… desta vez foi a minha mãe que lhe perguntou o que se passava.
- É da corrente de ar… - respondeu ele.
Mas a verdade é que não havia qualquer janela aberta. “Aqui há gato!” – pensei eu…
Decidi então investigar o que se estava a passar com o meu pai guloso!!!!! Pensei, pensei e resolvi espiar tudo o que o meu pai fazia. Vesti-me de detetive e fui buscar a minha lupa que sempre me ajudou a descobrir todos os mistérios. Entretanto, procurei o meu pai, mas ele não estava em casa. Fui até ao jardim e lá estava ele a comer um chocolate e a beber coca-cola, enquanto arranjava a cerca e a casa dos pássaros. Fiquei a observá-lo com muita atenção e em silêncio!!!! Até que decidi aproximar-me e apercebi-me, que ao trincar o chocolate, o meu pai esboçava uma cara de quem sentia uma dor tremenda…..
Percebi de imediato, o meu pai tinha uma cárie….. o que não era de estranhar, pois era um guloso, só comia guloseimas, doces e não escovava os dentes como devia ser!
Aproximei-me dele e perguntei:
- Pai, tens uma cárie? Tens de ir ao dentista tratar desse dente!!!
- Nem pensar, eu morro de medo de dentistas…. Aquelas máquinas só me fazem mal, assustam-me de tal maneira que prefiro continuar a sentir esta dor horrível. – respondeu o pai colocando a mão na bochecha vermelha da cara.
Eu, sem saber o que fazer, falei com a minha mãe, que era assistente do Dentista Artur. Ela nem queria acreditar que o seu marido tinha medo de ir ao dentista e que não se tinha apercebido do que se estava a passar. Resolvemos ligar ao dentista e convidá-lo para vir jantar lá a casa para nos ajudar a resolver este problema tão grave. Quando o meu pai soube deste jantar, inventou uma desculpa para não estar presente. Mas, eu tentei conversar com ele e fui buscar um livro à minha estante sobre a importância de ir ao dentista. Depois de o ler para o meu pai, ele decidiu então conversar com o Dr. Artur. Ele explicou-lhe tudo sobre cáries, escovagem dos dentes e a importância de uma alimentação saudável….. Tornaram-se grandes amigos!!!!
Passado uns dias, o pai resolveu então visitar o seu novo amigo, o Dr. Artur. Eu acompanhei o meu pai. Quando chegamos ao consultório, ele sentiu uma ligeira dor de barriga, mas eu encorajei-o, dei-lhe a mão e disse:
- Vai lá, pai, não tenhas medo!!! Não custa nada!!! Tens de ser forte!
O meu pai deitou-se na cadeira e foi um verdadeiro corajoso!!! Portou-se lindamente. Prometeu a todos que iria seguir todas as instruções do seu amigo e dentista, Dr. Artur.
Desde essa altura, nunca mais sentiu medo dos dentistas e aprendeu uma grande lição!!!


                                                                                                         3º B EB1/JI Ribeiros

A nossa Poesia

POESIA…
Poesia cheira a perfume de baunilha
A mel doce, a chocolate delicioso!
POESIA cheira a mar,
A uma longa viagem!

Quando lhe toco sinto conforto,
Liberdade, beijo, dança!

E se não existisse?
Seria uma criança triste,
Não poderia escrever…

Poesia…
Poesia sabe a chocolate derretido,
A amor, carinho, ternura,
A ovo estrelado!
Quando penso nela
Sinto-me a voar,
A dançar ou como que…
A dar um beijo à minha mãe!

Se a pudesse esconder
Esconderia-a no meu livro de bonecas,
Ou num sítio especial do mundo.
Se ela falasse…
Se ela falasse diria-me como é o mar,
Diria-me: “Estou a dançar ballet”

Quando vejo poesia,
Oiço um violino,
A minha mãe a dançar
E a brisa do mar…

Se tivesse cor poderia ser
Branca como o papel,
Transparente,
Ou até mesmo vermelha como o Amor!


                                                              3º EB1/JI CONDE DIAS GARCIA


O Misterioso roubo dos livros

A Princesa Anocas, filha do Rei do País das Letras, tinha uma paixão total por livros. Devorava histórias de aventuras, romances, fábulas e mesmo livros de história e ciências. Enfim, gostava de todo o tipo de literatura que encontrava, desde que tivesse qualidade, e passava a maior dos seus dias na Biblioteca.
- Anocas – dizia o Rei – Larga os livros por um pouco e vê se arranjas um noivo… estou a ficar velho e não tenho netos – lamentava-se ele.
Normalmente, Anocas estava tão distraída que nem o ouvia e continuava a ler.
Sendo aquele o País das Letras, a Biblioteca do Palácio era a mais bem apetrechada de todos os reinos e, por isso era muito cobiçada por todos os outros, especialmente pelos seus rivais do Reino dos Números. Eles nem eram más pessoas, mas não tinham livros de histórias e aquelas cabeças eram só contas!
A dada altura, a Fada Carlota, a bibliotecária do País das Letras reparou num novo leitor estranhamente assíduo. Tratava-se do Anão João Poderoso, natural dos País dos Números, que todos os dias requisitava livros diferentes e não os devolvia. Sempre que a Fada Carlota o chamava a atenção ele ficava muito nervoso, pedia desculpas e ia dizendo que todos os seus amigos tinham vergonha de ir buscar livros à biblioteca do Reino rival e era ele quem os requisitava e lhos emprestava. A generosa Fada Carlota ia desculpando mas contou o que passava à Princesa Anocas.
- Hhmmm essa história não me cheira nada bem… Vinda de quem vem… Antes de falar com o meu pai, vou tentar descobrir o que se passa.
Nessa mesma tarde, Anocas seguiu o Anão e nem queria acreditar no que viu. João Poderoso levou os livros até ao palácio, onde um jovem muito bem-parecido o recebeu com ar ansioso.
- Quantos conseguiste hoje? – disse o jovem.
- Apenas três, majestade. Acho que a Fada Carlota começa a desconfiar de mim…
“Majestade?! Mas afinal o que se passa aqui?” – questionava-se Anocas, intrigada.
Anocas entrou sorrateiramente no palácio, seguiu o jovem e para sua grande surpresa viu que este guardava os seus livros num quarto secreto por trás de uma das paredes no salão, e já lá tinha algumas centenas. Nesse momento Anocas não se conteve…
Na manhã seguinte ao acordar, o Rei viu que Anocas não tinha dormido nos seus aposentos e como não era a primeira vez que ela adormecia no meio dos livros, foi procurá-la à biblioteca. Qual não foi o seu espanto quando, em vez de encontrar Anocas viu que todas as estantes da classe 8 (literatura) estavam vazias e a Fada Carlota estava desmaiada junto delas.
- Carlotinha, acorde! Que aconteceu? Onde estão as nossas ricas histórias? E a minha Anocas…? – perguntou o Rei em pânico.
Com tanto alarido, a Fada Carlota recuperou os sentidos.
- Não sei bem o que se passou, majestade, mas ao chegar esta manhã, deparei com este triste cenário e depois senti uma forte paulada na cabeça... Não me lembro de mais nada…
- E não desconfia de quem possa ter feito tal coisa…?
- A única pessoa algo suspeita é um Anão do País dos Números, que tem visitado a biblioteca diariamente.
- Safados! Isto tem o dedo da malvada da minha irmã…
- Quem? A Rainha dos País dos Números?
- Essa mesma… Vou já convocar um conselho de estado de emergência!
Após a reunião, o Rei e a Fada Carlota, acompanhados de um grupo de guardas foram até ao reino vizinho para pedir satisfações à Rainha.
Chegados ao palácio, o Rei gritou pela presença da sua irmã e responsabilizou-a pelo desaparecimento dos livros e de Anocas.
- Anocas? Livros? Não sei de que falas. Há mais de 10 anos que não te vejo e tu vens acusar-me de roubo?!
- A Anocas é a minha filhinha querida. Diz-me onde puseste os livros pois ela deve estar junto deles.
A rainha acalmou o irmão, garantindo-lhe que de nada sabia.
- Se assim é, mande chamar o Anão João Poderoso – sugeriu a Fada Carlota – estou certa de que ele terá a resposta para todas as nossas perguntas.
Confrontado com toda aquela comitiva, João Poderoso apenas disse que entregava os livros a sua majestade, o príncipe Mateus e que este os levava para o salão, nada mais sabendo sobre o assunto.
Ao ouvir isto, dirigiram-se todos ao dito salão, onde se ouviam duas vozes muito animadas que pareciam sair da parede…
Nesse momento a rainha lembrou-se do tal quaro secreto e abriu-o.
Todos ficaram estupefactos quando viram Anocas e Mateus sentados por entre pilhas de livros a ler a famosa história Uma Aventura no Reino dos Chapéus e dos Sapatos!
Os dois soberanos tentaram perceber o que se tinha passado… mas apenas Mateus balbuciou… - Neste reino só tínhamos livros de ciências… perdoem-me este erro que me tem deixado tão feliz…
Ao ver os dois primos tão satisfeitos, os seus pais perceberam que não havia motivos para continuarem afastados e resolveram abrir a meio dos dois reinos a fantástica, fabulosa, maravilhosa Biblioteca Numeletras!


                                                                                                                                               3º A EB1/JI Ribeiros 

Quando acordei 

Quando acordei não sei onde estava. Nem eu nem o meu relógio pois tinha parado.
Olhei em volta e não vi nada. Nada, mesmo nada de nada, nada de nada!
Por estranho que pareça, “nada” era uma palavra demasiado forte, porque do nada existia ali alguma coisa e essa coisa surgiu do nada e do nada surgiu aquele sítio onde eu me encontrava e do meu nada eu fui ali parar.
De repente, vi uma luzinha e segui-a. Depois começaram a vir mais luzinhas ainda… Vindas não sei de onde… Vindas do nada!
Aquele sítio era o “nada”, porque não tinha nada a que se pudesse chamar alguma coisa. Mas aquilo tudo só podia ser alguma coisa!
Mas que grande confusão! Quando dei por mim estava caída no chão do meu quarto a dormir como uma desalmada e nada se tinha passado.
Mas o nada existia porque eu tinha sonhado com ele!

                                                                                   
                                                                                            6º I EB23

 A História de Um Boneco

Esta é a história verídica, ou talvez não, da aventura levada a cabo por um boneco e pode causar reações alérgicas a quem tenha hipersensibilidade a nomes estranhos e histórias descabidas.
Um Boneco (mesmo com letra maiúscula, é o nome dele) era um boneco que vivia feliz no seu país. Era um boneco igual a todos os que habitavam perto dele, ou seja, tinha a cabeça perfeitamente redonda, olhos, nariz, boca, etc., corpo cilíndrico e cor de boneco.
Mas vamos ao que interessa. Um Boneco passeava despreocupadamente pelos arredores da sua casa, na Bonecolândia, quando encontrou um ocapi (uma mistura de zebra com girafa e cavalo) que olhou para ele. Um olhar frio e penetrante quase capaz de ver a alma do Diabo sem o olhar diretamente. Segundos depois, desviou o olhar e o nosso protagonista, perturbadíssimo, voltou para casa. Já em casa, ele começou a sentir-se estranho e, enquanto via televisão, desintegrou-se à frente dos olhos do seu gato.
Dois anos antes, na Elefândia, um país pequeno e povoado por estranhos seres, metade boneco de trapos metade elefante, mas com o tamanho de um pato (os elecos) e por bonecos mal-encarados, um ditador, de nome Elefantildo, chegava ao poder. Esse ditador instituiu um regime de terror e medo, com algumas medidas completamente egocêntricas, como instituir um dia mensal de tributo ao “Grande Pai Elefante e Salvador da Nossa Gloriosa Pátria, A Elefândia, Sua Alteza Elefântica o Presidente Elefantildo de Sousa”, como ele exigia que lhe chamassem, e iimpor que todos os habitantes naquela nação tivessem nomes que começassem por Elefan-, tais como Elefanjoão, Elefanamaria e outros nomes parecidos.
Voltando a Um Boneco: o nosso protagonista, depois de desaparecer na sua própria casa, deu por si num estranho local cor-de-rosa, com manchas amarelas que lhe cegavam os olhos. Mas isso só durou alguns segundos, pois logo a seguir ele apareceu, aparentemente por magia, numa floresta – mais precisamente na copa de uma árvore dessa floresta – que se estendia até perder de vista para sul… Já para norte, prolongava-se ao longo de uns ridiculamente verdes quatro ou cinco metros. Atravessando essa distância de densíssimo arvoredo, o boneco encontrou-se na beira de uma estrada, que ele seguiu ao longo de quase dez quilómetros, completamente intrigado sobre o que se estaria a passar, até chegar à beira de uma grande cidade.
– Boa! Vou ter imensas pessoas a quem perguntar onde estou. – pensou ele.
Mas as suas esperanças sairiam furadas, pois Um Boneco aperceber-se-ia que aquela cidade não era como as que havia lá no seu país. Naquela cidade as pessoas (ou bonecos) eram estranhas e mal-humoradas.
– Olhe, peço desculpa, mas poderia dizer-me o nome da cidade onde me encontro, caro senhor? – perguntou ele dezenas de vezes.
– Pergunte a outra pessoa: eu não sou de cá! – era sempre a resposta.
Já farto desta lengalenga, ele decidiu ir à procura de um balcão de informações, ou uma câmara municipal ou algo do género.
Procurou, procurou, passou por avenidas riquíssimas e cobertas com imensos tesouros, todos eles cobertos por uma vitrina de vidro inquebrável e por ruelas cujas casas, se é que se lhes podia chamar isso, de tão degradadas que estavam, tinham telhados de palha e paredes feitas com o que parecia argila misturada com estrume, e acabou por encontrar um edifício enorme com uma tabuleta que dizia: Este é o palácio de Elencítia, a capital do estado da Elefândia. Se deseja uma audiência com o grande salvador ou qualquer outro serviço, toque à campainha.
E ele fez isso. Tocou e esperou. Esperou uns vinte minutos e voltou a tocar, mas desta feita insistiu. Continuou a tocar até que uma criatura, um eleco com ar nervoso, apareceu dizendo:
– O que é que se passa para tocar tantas vezes?! – e, vendo a cara de espanto d’Um Boneco, disse – Sim, sim, eu sei, sou estranho, sou um eleco, um ser fantástico e de inteligência prodigiosa embora não seja dotado de uma aparência belíssima, mas vamos ao que interessa: o que deseja?
– Eu gostava de saber onde estou…
– Já não viu a tabuleta?
– Sim, mas… Num mapa, podia mostrar-me onde estamos?
– Claro, claro, mas para isso tem de preencher o formulário nº 236643 segundo o artigo 64, ponto §4, da lei 4212 do ano 9 do governo do grande líder, segundo o código…
Pronto, já percebi, dê-me lá o formulário…
E entregou-lhe uma folha de papel. Um Boneco preencheu todos os campos e entregou-o ao funcionário. Este, vendo o seu nome, carregou num botão vermelho e uma sirene começou a tocar. Alarmado, Um Boneco desatou a correr e saiu da receção do palácio mesmo quando os guardas estavam a chegar. Escapou por um triz a uma bala, e os todos os guardas começaram a persegui-lo. Então foi puxado pelo tornozelo para um buraco, caiu e lá ficou, estendido no chão, desmaiado.
Depois de algum (provavelmente muito) tempo a dormir, acordou numa casa decrépita, rodeado por elecos que o olhavam com curiosidade.
– Calma, estás a salvo – disse o maior deles todos – eu salvei-te de seres esburacado pelas balas daqueles guardas loucos. Mas, se mo permitires, far-te-ei uma pergunta: Como é que um boneco aparentemente mentalmente saudável decidiu imigrar para aqui? Este é o pior país para se viver à face da Terra…
– Eu não imigrei. Apareci aqui depois de ter olhado um ocapi nos olhos.
– Meu deus… Os ocapis saíram dos covis… Isso não acontecia desde que o Elefantildo chegou ao poder…
– Mau, não estou a perceber nada…
– Também não tens de perceber. Anda, vamos dar-te treino de soldado e daqui a pouco tempo vais poder combater quando fizermos o Grande Golpe.
– Mas…
– Ninguém te vai responder a qualquer pergunta que faças! Responde só a isto: Qual é o teu nome?
– Um Boneco.
– Hum…
Durante vários dias, Um Boneco foi treinado e contaram-lhe tudo sobre o estado da Elefândia, o seu ditador, etc. Ele ficou tão revoltado que se decidiu a combater pela causa da liberdade.
Ficou a saber que o seu salvador/raptor se chamava (Elefan-) Belobom e tornaram-se grandes amigos. Belobom era o chefe do movimento de resistência, pelo que Um Boneco acabou por se tornar chefe do regimento nº 23 do mini-exército.
Passado cerca de um mês, um enorme contingente de quase cinquenta mil bonecos e elecos rebeldes estavam prontos para dar início ao “Grande Golpe”.
Para não entrar muito em pormenores: O exército rebelde marchou sobre o palácio sendo logo apoiado pelo povo, só encontrando alguns pequenos focos de combate fiéis ao regime. O regimento 23 de Um Boneco foi o primeiro a entrar pelo palácio e ele próprio capturou Elefantildo. O seu trabalho à frente daquele regimento valeu-lhe uma condecoração nacional e Belobom, o novo presidente, queria mesmo que ele fosse primeiro-ministro, mas ele recusou, pois queria voltar à sua pátria, a Bonecolândia, onde tinha a sua casa, a sua família e o seu gato.
– Queres mesmo ir embora? – interrogou-o Belobom quando estavam no seu escritório a conversar.
– Eu adorava ficar neste país, mas não posso, desculpa.
– Pronto, se assim queres, assim será feito, mas se vieste trazido por um ocapi só podes sair levado por um ocapi… – e berrando para um criado, disse – Chama o líder dos ocapis. Preciso deles.
Quando o criado voltou com Baghbaf, o líder dos ocapis, Um Boneco tomou a palavra e explicou-lhe a situação.
Baghbaf foi extremamente compreensivo e desfez-se em desculpas, dizendo que só o tinham trazido porque eram obrigados pelo ditador e que o levaria para onde ele quisesse naquele mesmo momento.
– Assim sendo – respondeu Um Boneco – despeço-me de ti, Belobom, e desta fantástica nação que é a Elefândia. Promete-me só uma coisa: uma vez por ano, no aniversário da revolução, manda um destes ocapis mágicos para me trazer aqui para te visitar, está bem?
– Claro, amigo. Que tenhas uma boa vida no teu país!
– Então, Baghbaf, se não te importares podes levar-me agora.
E assim fez. Um Boneco voltou para casa, onde ninguém sabia a grande aventura que ele tinha vivido (apenas sabiam que ele tinha desaparecido) e ele também não contou a sua história: “Talvez um dia”, pensou. Inventou uma história que envolvia viagens de avião e desvios nos aeroportos que satisfez todos os seus amigos e familiares e continuou a sua vida, desaparecendo sempre uma vez por ano numa “viagem de negócios” até ao fim dos seus dias.


                                                                                                                                              8º C EB23
  

 Ao fundo viam-se dois focos de luz

Ao fundo viam-se dois focos de luz, que aumentavam de intensidade à medida que se aproximavam. Por fim, pararam e apagaram-se.
Aproximei-me e abri a porta. Saiu do carro um senhor barbudo de casaco preto e guarda-chuva que contornou o carro, subiu as escadas e entrou. Via-se nele um rosto preocupado e tristonho. Abri a bagageira, carreguei as malas e levei-as para o quarto de hóspedes.
Da entrada ao quarto não disse qualquer palavra; apenas admirava todos os quadros que estavam pendurados na parede junto às escadas.
Quando chegamos ao quarto, coloquei as malas junto à cama, enquanto ele olhava em redor com uma certa nostalgia, como se o relembrasse.
- "Precisa de mais alguma coisa?" - perguntei-lhe, mas ele nada disse. Sentou-se na sua cama, de cabeça baixa, como se me fosse contar algo.
Quando já nada fazia sentido, decidiu finalmente erguer-se e desabafar comigo. Contou me as suas vivências com a sua falecida mulher.
Entretanto, perguntei-lhe porque é que estava sempre a olhar para os quadros. Ele olhou em redor e disse: - "Foi a minha falecida mulher que os pintou". Intrigado, perguntei-lhe:
- "Se têm assim tanto significado porque não os leva consigo?".
- "São quadros valiosos! Merecem estar expostos" – respondeu.
Enquanto deitava uma lágrima de saudade, eu, sem saber o que dizer, deixei escapar uma frase vulgar: "A saudade é um sentimento muito bonito que se deve partilhar". Ele aproveitou e continuou a conversa:
- "Por isso mesmo é que quero deixar os quadros expostos, partilhando-os com todos os que por cá passarem". - afirmou convicto.
Continuei então com a mesma ideia: - "A sua esposa tinha um grande talento". E, sorrindo-lhe, sentei-me a seu lado. Olhei para ele e, como ele olhou para mim um pouco perturbado, acrescentei: - "Lamento imenso a sua perda, mas tem de seguir em frente".
Saí e fui-me deitar. Durante a noite, a casa foi assaltada e os quadros furtados. No dia seguinte, todos notavam a ausência. Adão, o saudoso viúvo, sentiu-se tão irritado e magoado que pontapeou a parede; começou a ter alucinações e, de repente, desmaiou. Depois de uns breves momentos, recuperou os sentidos, ergueu a cabeça e disse:
- "O que ocorreu esta noite foi culpa minha".
O viúvo chorava copiosamente, levando as mãos à cara para limpar as lágrimas. A polícia entretanto chegou para investigar o caso e descobriu que o roubo fora encomendado pelo filho do dono da casa, que tinha muitas dívidas e conhecia o valor dos quadros. Quando conhecera Adão, Jeremias, o suspeito, ficara a saber do valor dos quadros e contratara uns marginais para executarem o roubo.
Apanhado o suspeito, a polícia acabou por encontrar os quadros na bagageira do seu carro, e devolveu-os a Adão, seu legítimo proprietário, que, para se afastar das lembranças que estes lhe davam, os doou ao museu de arte contemporânea.
Mais tarde, soube-se que Jeremias fora assassinado na prisão pelos marginais a quem ficara a dever dinheiro.
Por mim, abandonei aquela casa, que, entretanto, soube foi vendida a um casal de idosos que ali instalou uma casa de repouso para os seus últimos dias.


                                                                                                                     10º E  JSC 


PARABÉNS AOS VENCEDORES!